sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sonho maldito.

É aqui que dou início ao meu fim. Um beco com algumas pessoas. Vejo-as preparando um sonho e estou no meio delas. Vigio atentamente, conto todos os movimentos suspeitos, pois ao menor sinal devemos guardar papéis e plantas.
Tudo pronto e dois vão na nossa frente para infiltrarmos a dose de sonhos malditos e doentios em nossos pulmões e mentes. Primeira, segunda e terceira vez. Onde estarão os efeitos do sonho preparado? Alguém me diz para ter paciência e que três doses bastavam, pelo menos por hoje. Caminhamos até um lugar mais distante: o nosso lugar de costume. Sentamos e o riso me vem junto com o ar, não consigo contê-lo e não há absolutamente nada engraçado.
O tempo demora a passar, falamos e desenhamos absurdos. Vem a fome tatear meus órgãos mais vitais e eu preciso de qualquer coisa sólida para me agarrar. Mas umas três horas de alegria
e logo me vem a culpa, o sono.
Sei que não será a última vez, não posso fazer promessas falsas a mim mesma. Sei também que irei afundar-me e penso em todos aqueles que dariam a vida para isso não acontecer, então só posso abaixar a cabeça e pedir perdão. Não, não agora.
A minha pouca inteligência se flutua para fora da minha mente, eu sinto a falta dela como o peixe sente a falta da água, mas não consigo, não posso. Resta-me apenas amar e fazer feliz quem amo, até o dia em que a mentira acabar junto com meu corpo e a falsa felicidade que antes estampara meu rosto caia junto com a vitalidade de um ser que precisa ainda evoluir.

Um comentário:

  1. Resta-me apenas amar e fazer feliz quem amo, até o dia em que a mentira acabar junto com meu corpo e a falsa felicidade que antes estampara meu rosto caia junto com a vitalidade de um ser que precisa ainda evoluir.
    provavelmente é o certo a ser feito

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