Pensei em adiar e adiar esse monólogo. Não consigo, está se mostrando pelo meu olhar. Cada palavra que eu gostaria de dizer num fim de semana próximo está reprimido e não posso mais me mutilar para expressar tais coisas.
Ainda que eu não saiba usar as palavras tão bem quanto você, me esforçarei pra tentar dizer algo.
Odeio todos os seus anjos, ídolos, ladys, doces. Não suporto tanta proximidade, tanta paixão. O problema não é a divulgação de tudo isso. O problema é o que você sente. O problema é achar que sou apenas mais uma, que o meu espaço é tão pequeno quanto parece.
Tenho medo de te repreender, de te sufocar. Mas a minha vontade é de apagar todo teu passado, exterminar aquelas pessoas, te roubar, marcar você com uma coleira, levar pra longe, pra algum lugar que você precise apenas de mim.
Isso se tornou uma doença, um vício incurável que teimo em esconder até da minha própria consciência. Minhas palavras são poucas pra definir tantas dúvidas em meio a sinceridade no teu olhar.
Tenho medo que a história se repita, tanto pra mim quanto pra você.
Já olhei todas as tuas fotos, de todas as tuas fases. Todas tão lindas, tão a sua cara!
É insuportável pensar o quanto te desejo e o quanto isso pode te assustar. Odeio achar que você pode sumir do nada.
Agora penso em te maltratar, afinal você gosta de quem te maltrata, não é mesmo?
Não consigo. Você me faz rir, me faz perder a consciência, ultrapassar os meus limites.
Há dias em que a gente precisa saber que alguém está sempre por perto. Você não está e nem ao menos posso cobrar isso.
E vou criando dúvidas, adoecendo pelas minhas neuroses e morrendo dolorosa e vagarosamente a cada palavra mal pronunciada.