Por muitas e muitas vezes eu tentei continuar o que eu me propus a fazer. Por que parece tão difícil? Talvez eu tenha algo mais interessante ou alguma aflição em mente. Talvez a minha distração nem esteja na minha mente.
Ela pode estar em algum restaurante de fast-food, ou em algum colégio que eu conheço muito bem. Pode estar em alguma casa, cuidando de um garotinho, em qualquer lugar.
Meus pensamentos a acompanham, talvez eles façam essa distração distrair-se, talvez não. Como poderia a própria distração cair em seu próprio veneno? Bem sei que pode. Sei que seu veneno é doce, faz bem. É como um escorpião que evoluiu, consertou os defeitos de gerações passadas, adaptou-se. Então alguém disse a esse escorpião que ele seria uma deusa e que seria Vênus.
"Por que toda essa obsessão com Vênus?" Alguém me pergunta. Eu respondo que é pelo simples fato de eu conseguir achá-la e enxergá-la facilmente de qualquer lugar que eu estou, e esse escorpião enxerga na mesma hora, do mesmo modo que eu quando o céu está límpido. É a estrela mais linda, mais brilhante e que representa as coisas mais importantes e fundamentais ao meu ver.
Então agora, eis que o escorpião está em seu lugar. Estudando nessa exata hora em que escrevo aqui, e provavelmente quando ele sair debaixo do teto que o cobre verá a estrela, ou talvez não se lembre de olhá-la, mas ela sempre estará lá assim como eu estarei para ele enquanto aquela estrela brilhar.
Trinta dias e algumas horas de algo que jamais quero deixar pra trás.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
Insegurança
Um quadro vazio e alguns botões que conheço bem. Talvez não tão bem quanto deveria. Precisava escrever algo, por que simplesmente li algo que me fez sorrir, mesmo em meio a descrição depressiva. Vez ou outra dou uma passeada e volto à caixa onde já existe algo, mesmo que esse algo seja tosco.
Precisava escrever sobre a tua insegurança. Por que sente-se assim? Talvez eu não diga com as palavras certas e nem nas horas certas o que você precisa ouvir de alguém. Talvez a sua insegurança seja fruto da minha, uma vez que tentei escondê-la de você.
Queria consertar-te. Tirar de você todos os sentimentos que te afligem, todas as pessoas que te fazem mal, todas as suas dúvidas e ficar mais tempo contigo. Talvez a distância nos mate um pouco, quem sabe não é ela a prova de superação? Ah essa distância, tão maldosa e tão inevitável. Peço que tenha paciência, só mais um pouco. Peço que jogue fora toda a sua insegurança, isso está ficando tão instável, mas não significa que valha tão pouco que deva acabar por tão tolos pseudomotivos.
Às vezes fico imaginando como seria escutar aquela música e pensar que está longe o suficiente para eu perder todas as esperanças de te ter algum dia novamente. Penso o que seria das minhas semanas sem aquela ansiedade, do que seria a minha alma sem toda essa aflição e alívio constante.
Será que depois disso resta alguma dúvida quanto a nossa velhice?
Vênus. ♥
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
I do.
Por muito tempo eu me afastei, julguei, maltratei, excluí, me isolei. Tinha medo do diferente. E agora cansei de ser como ela foi, cansei de manter uma distância formal de todos aqueles que hoje podiam representar uma parte muito importante do lugar onde eu teimava em ser sozinha, fechar as cortinas e permanecer na escuridão da minha mente.
Eu também podia fazer parte do inferno pessoal deles. Por isso cansei. Não há mais tempo pra proximidades como antes, não há mais desculpas. Não quero que me vejam como eles me vêem, quero fazer parte de todos eles. Eu preciso fazer parte deles, talvez assim eu me liberte de conclusões precipitadas e manias que me fazem achar que eu realmente tenho algum problema mental sério. Estarei mais segura no mundo real, por mais estranho que isso possa parecer. Sou muito mais vulnerável no lugar que construí para me sentir bem.
Fazer parte da população talvez seja a saída para a maior parte dos meus problemas, simplesmente por não precisar enxergar a verdade. Sim, pois é isso que é não olhar para dentro de si, não refletir sobre a razão das coisas, simplesmente seguir. Seguir todas as regras cegamente talvez seja a melhor saída.
Eu também podia fazer parte do inferno pessoal deles. Por isso cansei. Não há mais tempo pra proximidades como antes, não há mais desculpas. Não quero que me vejam como eles me vêem, quero fazer parte de todos eles. Eu preciso fazer parte deles, talvez assim eu me liberte de conclusões precipitadas e manias que me fazem achar que eu realmente tenho algum problema mental sério. Estarei mais segura no mundo real, por mais estranho que isso possa parecer. Sou muito mais vulnerável no lugar que construí para me sentir bem.
Fazer parte da população talvez seja a saída para a maior parte dos meus problemas, simplesmente por não precisar enxergar a verdade. Sim, pois é isso que é não olhar para dentro de si, não refletir sobre a razão das coisas, simplesmente seguir. Seguir todas as regras cegamente talvez seja a melhor saída.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Elvira.
Pensei em deixar tudo como está, por pura covardia novamente e então me lembrei de tudo o que passamos juntas, que foi a amizade mais perfeita e sincera que eu vivi. A cada dia nós nos descobriamos mais, até brincava que depois de tanto tempo eu não sabia nada sobre você.
Me pego ali parada e algum amigo em comum leva-me até você, eu sei que se eu não tentar dessa vez não conseguirei nunca mais. Não sinto como antes, não sei mais como devo agir contigo.
Preciso falar-te tanto, mas as palavras que saem são tão poucas e eu apenas consigo uma breve explicação idiota e um pedido de desculpas. Vejo sua expressão mudar, não que isso seja necessariamente bom. Ouço algumas palavras que não me fazem mudar de ideia e novamente um pedido de desculpas não aceito.
Escrevi tanto sobre você e nunca tive coragem de mostrar, agora menos ainda. Uma lágrima brota dos seus olhos e você some, eu também não podia ficar mais alí. Vou deixar bem explícito, para que saiba o quanto foi doloroso ver você chorar e não poder dizer que estou do seu lado, como antes eu fizera. Queria novamente te por pra dormir e te proteger como eu fazia quando eu sabia que precisava. Queria que acreditasse que estou disposta a mudar pra ter você novamente.
Não me via sem você antes e não me vejo sem você agora.
domingo, 18 de outubro de 2009
O mal necessário.
Por mais que ela estivesse infeliz sentia-se bem em sua escuridão. Apenas queria estar consigo mesma. Todos falavam ao mesmo tempo, aquilo era um inferno e a dor parecia ser insuportável, mas conseguia manter-se viva apenas por estar debaixo de sua capa.
Não escuta uma palavra, sabe que não valeria a pena. Apenas consegue pensar o que será de todos os planos que antes fizera com tanta empolgação e intensidade e agora tudo isso está em jogo, as chances de tudo isso acabar são infinitas.
Alguém que deveria estar segurando-a para que não morra sozinha está lá fora, pois provavelmente não se importa como diz fazê-lo. Ele não percebe o quanto é vital para ela. Ele foi a única coisa que muitas vezes a fizera ter um motivo pra seguir em frente e que essa dependência é mútua. Mas uma vez ele a deixa pelas futilidades da vida adúlta.
Ela ergue a cabeça e o vê parado em sua frente, confuso. Então seca as lágrimas e diz em desespero:
-Precisei tanto de você aqui e você não estava. Volte lá pra fora.
Ele apenas senta-se ao lado dela e segura sua mão. Ela se sente melhor, ele é o que completa a capa mas hora ou outra ele hesita, mente e põe-se contra ela, ainda abraçando-a. Ela não pode negar que ele o faça. Mais uma vez ela quer desistir, quer morrer e o amor diz não.
Ainda há uma deusa por ela e ela agradece todos os dias por essa estar ao seu lado e fazer valer a pena.
sábado, 17 de outubro de 2009
Melhor inseto.
Folheando alguns papeis e dentre eles sempre me deparo com uma marca tua que me surpreende. Vagabundo, boêmio, artista e amigo. A mais apaixonante amizade.
Todos os dias surgem entre nós novas piadas, novas manias, novas risadas e um sentimento que cresce a cada um de seus gestos, de momentos de glória, trristeza ou delinquência que compartilhamos.
Sim, você merece todos os posts do mundo, convidado número 1 das minhas festas na pscina de veneno, dos chás da tarde no jardim da borboleta Barnabé, das partidas de xadrez na casa do chapeleiro louco e de todas as minhas manhãs comuns, que tornaram-se muito mais completas na sua companhia.
Certa vez ouvi um "Oi, pode me chamar de..." e nunca mais esqueci que achei que você fosse a pessoa mais piranha do mundo. Já você conseguiu me provar o contrário e descobrimos que somos muito mais amigos do que imaginávamos.
Adoro estar ao teu lado e além de contar sobre a minha vidinha tão cheia de vacilos, gosto de te ouvir e de sonhar junto com você. De desenhar borboletas e de rir de peixes.
Best ♥
Our Square.
OK, isso é real. Meu Deus, mal posso acreditar que é tão real quanto todas as outras coisas toscas e estapafúrdias que vivo todos os dias. Os olhos dela brilham tanto com a luz do Sol, pouco me importo pelo lugar onde estamos e quantos trens já se passaram - é o nosso lugar e a nossa hora. Uma situação jamais vivida por mim antes. Estar tão perto de alguém e conseguir olhá-la nos olhos. Aos poucos nos aproximamos, ainda nos olhando nos olhos. Sinto seus lábios doces e quantes encostarem-se nos meus tão ansiosos por um beijo cheio de surpresas e paixão. Mas algo me mpede e nossos lábios de súbito de sesprendem.
-Precisava dizer-lhe algo, não?
-Sim. Fiquei curiosa para saber o que você tinha a falar-me.
-Ahn... Como direi isso? É.. Vênus, quer namorar comigo?
Olho para seus olhos aonde a expectativa deixava lugar para todos os sentimentos mais empolgantes e púrpuras. Tento olhar para alguma outra coisa para não deixar tranparecer a timidez.
-Quero - pronuncia ela com a voz baixa e meio confusa. Olho para ela novamente para ter certeza, para saber se era verdade o que eu acabara de escutar. -Quero! - ouço novamente. Dessa vez com mais segurança.
Em suas mãos uma fita de cetim rosa claro. Me atrevo, então, a colocar minha mão sobre a dela e a fita ali presa que mais parecia escorrer de nossos dedos com aquela luz do entardecer. Logo a fita se enrola em nossos dedos, prendendo uma mão à outra.
Nossos lábios se aproximam novamente para finalmente um beijo. Intenso, diferente, estranho e doce, daqueles que fazem falta pro resto da semana.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Vênus
Passo, então, meus dedos por teus cabelos, pelos teus olhos e pouco a pouco consigo enxergar um esboço quando torno a ligar as luzes. No mais, prefiro a escuridão. É nela que as linhas tomam forma e imitam a vida.
Teu rosto apresenta traços exóticos e lindos, fora do comum. passo a tarde contemplando tua infinita beleza. Ao fim, abro as janelas e os raios alaranjados de fim de tarde refletem sobre a folha onde há um belo rosto, não tão belo quanto o real, pois isso seria impossível de desenhar. Com aquela luz que traz a tua presença é que passo os dias tentando trasformar alguns rabiscos em arte final.
Tu, ó bela Vênus, que sabe o modo certo de fazer meus olhos refletirem teu brilho, deixa-me ficar sempre ao teu lado e encantar-me com tua beleza e charme peculiar para que meus olhos não percam o brilho da estrela. Daquela estrela.
Sonho maldito.
É aqui que dou início ao meu fim. Um beco com algumas pessoas. Vejo-as preparando um sonho e estou no meio delas. Vigio atentamente, conto todos os movimentos suspeitos, pois ao menor sinal devemos guardar papéis e plantas.
Tudo pronto e dois vão na nossa frente para infiltrarmos a dose de sonhos malditos e doentios em nossos pulmões e mentes. Primeira, segunda e terceira vez. Onde estarão os efeitos do sonho preparado? Alguém me diz para ter paciência e que três doses bastavam, pelo menos por hoje. Caminhamos até um lugar mais distante: o nosso lugar de costume. Sentamos e o riso me vem junto com o ar, não consigo contê-lo e não há absolutamente nada engraçado.
O tempo demora a passar, falamos e desenhamos absurdos. Vem a fome tatear meus órgãos mais vitais e eu preciso de qualquer coisa sólida para me agarrar. Mas umas três horas de alegria
e logo me vem a culpa, o sono.
Sei que não será a última vez, não posso fazer promessas falsas a mim mesma. Sei também que irei afundar-me e penso em todos aqueles que dariam a vida para isso não acontecer, então só posso abaixar a cabeça e pedir perdão. Não, não agora.
A minha pouca inteligência se flutua para fora da minha mente, eu sinto a falta dela como o peixe sente a falta da água, mas não consigo, não posso. Resta-me apenas amar e fazer feliz quem amo, até o dia em que a mentira acabar junto com meu corpo e a falsa felicidade que antes estampara meu rosto caia junto com a vitalidade de um ser que precisa ainda evoluir.
Tudo pronto e dois vão na nossa frente para infiltrarmos a dose de sonhos malditos e doentios em nossos pulmões e mentes. Primeira, segunda e terceira vez. Onde estarão os efeitos do sonho preparado? Alguém me diz para ter paciência e que três doses bastavam, pelo menos por hoje. Caminhamos até um lugar mais distante: o nosso lugar de costume. Sentamos e o riso me vem junto com o ar, não consigo contê-lo e não há absolutamente nada engraçado.
O tempo demora a passar, falamos e desenhamos absurdos. Vem a fome tatear meus órgãos mais vitais e eu preciso de qualquer coisa sólida para me agarrar. Mas umas três horas de alegria
e logo me vem a culpa, o sono.
Sei que não será a última vez, não posso fazer promessas falsas a mim mesma. Sei também que irei afundar-me e penso em todos aqueles que dariam a vida para isso não acontecer, então só posso abaixar a cabeça e pedir perdão. Não, não agora.
A minha pouca inteligência se flutua para fora da minha mente, eu sinto a falta dela como o peixe sente a falta da água, mas não consigo, não posso. Resta-me apenas amar e fazer feliz quem amo, até o dia em que a mentira acabar junto com meu corpo e a falsa felicidade que antes estampara meu rosto caia junto com a vitalidade de um ser que precisa ainda evoluir.
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